Livro mapeia trajetória das famílias Lopes e Sá

. 07 julho 2014
A trajetória das famílias de sobrenome Lopes e Sá teve início no Brasil em 1558, depois de uma longa e sofrida viagem que começou em Portugal. Foram oito meses de privação e perigos no mar até desembarcarem na capitania da Bahia para estabelecer suas ramificações pelo sertão de Pernambuco e outros estados do Norte.
Esse é o pano de fundo que mapeia o livro Crônicas do amor de Totonho e Raquel, recém-lançado de forma independente pelo o jornalista Carlos Laerte Agra de Sá. A partir da pesquisa oral e documental, em cerca de 180 páginas, o autor oferece uma narrativa centrada na história e romance dos avôs paternos que começou na cidade de Parnamirim.
A história ganha contornos com pinceladas de crônicas, romance e poesia, através das narrativas de vida assinaladas pelos 13 filhos, netos e bisnetos do casal que deu origem ao clã sertanejo, intercalando os acontecimentos familiares com aspectos da cultura, do imaginário popular e da memória histórica nordestina. Na orelha do livro, o cantor e poeta Maciel Melo escreveu que a história “é enxuta como as terras do sertão, cheia de veios, fendas e rachões, por onde desfilam nomes e sobrenomes carregados de fábulas pitorescas, destrinchadas pelas veredas da existência, batizados pelo desejo da bonança e abençoados pela providência divina.”
Para descrever a trajetória dos diversos personagens, Carlos Laerte fez ao longo de quatro anos, viagens de mais de 15 mil quilômetros, colhendo depoimentos e informações pelos sertões do São Francisco e Central, além de Recife, Belém(PA), Manaus (AM) e Boa Vista(RR), regiões para onde se mudaram filhos e netos de Totonho e Raquel, segundo ele, levando no matulão habilidades, talentos e sabedorias, além de muitos sonhos.
Carlos Laerte  
“O projeto deste trabalho que envolve memória e reportagem produzida mais recentemente, teve início em agosto de 2010, quando com ajuda de primos passei à mergulhar de cabeça à procura de uma mínima informação que fosse, buscando a cada crônica entender a grande teia que o amor fez esculpir nesta seara tão inóspita e contraditoriamente fértil do Sertão ao Norte do país”, aponta o autor que também é poeta e já escreveu outros seis livros.

Ao definir Totonho e Raquel, Laerte os aponta como dois personagens extremamente opostos que nasceram e cresceram sob o mesmo sol abrasador das caatingas nordestinas e deram à luz uma família unida, numerosa e de vidas ricas em lições e exemplos. Em 35 capítulos, as histórias intercaladas traçam um perfil cronológico obedecendo a ordem do nascimento dos filhos e a evolução dos acontecimentos ocorridos nas cidades onde se espalham as ramificações genealógica da família.
Além de um álbum de família com mais de 40 imagens de arquivo e outras mais recentes tiradas ao longo do trabalho de apuração feita pelo autor, o livro também é permeado de versos e trechos de cartas trocadas entre parentes. O autor já fez uma noite de autógrafos na cidade de Belém(PA). A renda com as vendas será revertida para uma entidade de assistência social de Petrolina.

Redação MultiCiência