Frase poética de Ariano Suassuna é tema da exposição do Grupo Jornadas Fotográficas

. 06 setembro 2014
por Clêilma Silva
 
"Riso a cavalo e galope do sonho". A frase do escritor e dramaturgo Ariano Suassuna é o mote da 4 ª Exposição do grupo Jornadas Fotográficas do Vale do São Francisco, em exibição no prédio da reitoria da Univasf em Petrolina. A mostra reúne 36 fotografias dos integrantes que fazem parte do projeto. De acordo com o fundador do grupo, fotógrafo e mestre em sistemas digitais, Marcus Ramos, a mostra é comemorativa aos quatro anos do grupo e se traduz numa homenagem ao autor de o Auto da Compadecida, falecido em julho deste ano.
“Achamos oportuno fazer uma homenagem ao Ariano, primeiro pelo fato da sua importância como escritor e depois que ele tem uma obra muito ligada ao patrimônio do Sertão, que é abordado na exposição”, disse Ramos. Segundo ele, na frase que é tema da exposição, de uma maneira muito poética, ele aponta para a importância do patrimônio cultural na vida das pessoas. “Na verdade, riso a cavalo e galope do sonho são as maneiras que o homem do campo encontra para lidar com as tristezas, dores, e tragédias da vida”, observou.
 
Criado em setembro de 2010, o grupo Jornadas Fotográficas do Vale do São Francisco reúne cerca de 230 componentes e já realizou 40 jornadas em 19 cidades diferentes. Marcus Ramos, natural de São Paulo, conta que chegou a Petrolina em 2008 e começou a fotografar, sozinho, eventos, festas e lugares da região. “Ministrei uma oficina de fotografia no Sesc e conheci pessoas que tinham interesse em se encontrar para fotografar, mas não faziam isso por falta de apoio, então fiz um desenho de um projeto e os convidei para desenvolver ações práticas”, relatou.

O objetivo das viagens realizadas pelo grupo é de documentar o patrimônio, artístico, cultural e histórico do sertão. Marcus Ramos destaca que a ideia é, além de documentar, apresentar a região tanto para as pessoas de fora, como para as que moram no sertão. “A região é muito rica fotograficamente. Todos esses locais em que foram feitas as viagens é muito pouco conhecido, não apenas no Brasil, mas é impressionante como as pessoas daqui da região não conhecem o local em que moram”, frisou. Os integrantes do jornadas se encontram apenas duas vezes por mês, mas realizam discussões frequentemente pela internet, em que são compartilhadas dicas em relação a fotografia e ideias para viagens futuras.
 
Segundo Marcus Ramos, para participar do grupo basta gostar de fotografia e nem precisa ter um equipamento sofisticado. Para ele, a fotografia é feita no olhar, a máquina é somente um instrumento. “Se a pessoa tiver um telefone celular com câmera, uma máquina de filme antiga, ou uma máquina digital de dois megapixels já está valendo. O importante é gostar de fotografia e querer aprender, trocar experiência e conhecer lugares novos”, finalizou.
 
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