Na falta de ônibus, a saída são as bicicletas

. 15 outubro 2014
Cresce número de usuários das ‘magrelas’, mas faltam ciclovias nas ruas e avenidas de Juazeiro
Por Jean Brito


Utilizar o transporte público em Juazeiro (BA) é um martírio para muitos usuários que se deparam com os mesmos problemas dos grandes centros. Talvez, por isso, muitos preferem o uso do transporte alternativo como bicicletas. E as pessoas se locomovem para todos os lados, inclusive sobre a ponte Presidente Dutra. A cada dia, surgem novos adeptos deste meio de locomoção como instrumento de trabalho e, até mesmo, prática esportiva.
 

Só que a falta de espaços reservados para pedalar reforçam a sensação de insegurança principalmente nas avenidas mais movimentas, independente dos semáforos. Sobre duas rodas muitos se arriscam e fazem malabarismo durante o tráfego. Dados da Companhia Municipal de Trânsito e Transportes de Juazeiro - (CMTT) apontam que 22 mil moradores (10% da população) são de ciclistas. A maioria desses usuários tem histórias pra contar de algum tipo de acidente já ocorrido.
 
É o caso do bombeiro militar de Pernambuco, Givanildo Teixeira, morador do Alto da Maravilha, que roda a cidade sobre uma bike. Apaixonado por bicicletas, ele diz que o perigo de pedalar é constante porque motoristas apressados não respeitam ciclistas. “Dificilmente eles dão preferência ao ciclista. É por isso que acontecem acidentes em vários pontos”, observa Givanildo.

Segundo levantamento do Sistema de Informações sobre Mortalidade (SIM) do Ministério da Saúde, no primeiro semestre de 2014, dois ciclistas morreram em acidentes de trânsito em Juazeiro. Para o comerciante Luiz Cláudio Ferreira que coordena o grupo Calangos da Caatinga - Equipe Bike, formado por cerca de 130 pessoas, o desafio de andar sobre a “magrela” no período da noite é dobrado.

“Juazeiro não foi projetada para a movimentação de ciclistas, haja vista a ausência de ciclovias. É difícil pra gente pedalar aqui à noite, a condição do asfalto não nos dá conforto de locomoção”, diz Luizão. O servidor público João Roberto Santos, comprou uma bicicleta no começo do ano e resolveu deixar o carro na garagem.

Para ele, a bicicleta é um transporte saudável e resolveu unir o útil ao agradável porque havia dias em que chegava atrasado no trabalho por conta dos problemas no trânsito. Segundo o secretário de planejamento e aceleração do crescimento de Juazeiro (SEPAC), João Pedro da Silva, a prefeitura reconhece o problema e pensa em propor um plano de mobilidade urbana no município no futuro.
“Hoje nós não temos projetos de política de construção de ciclovia ou ciclofaixa, o que nós temos é um planejamento para elaborar o plano de mobilidade urbana do município no futuro, mas não definimos prazo de quando esse projeto será colocado em prática”, destacou. A proposta da prefeitura de Juazeiro é iniciar o plano de mobilidade em janeiro do próximo ano.