A concha acústica de Petrolina, escolhida como palco do São João Cultural, recebeu esta semana várias atrações de diferentes linguagens da cultura popular do vale do São Francisco a exemplo dos grupos Balé Brasílica e Samba de Véio, da Ilha do Massangano. O autêntico forró foi dominado pelo pernambucano de Bodocó, Flávio Leandro, um dos maiores compositores e poeta de sua geração que reza na cartilha de Luiz Gonzaga e Dominguinhos.
Com originalidade e performance multifacetada, o Balé Brasílica, coordenado pelo educador Antônio Mattos (Toinho), abriu as apresentações da noite encantando o público com a sincronia de seus passos ao som do forró, que impressionou os olhares do público em meio a um belo espetáculo de Luzes.

A jovem Maria de Fátima, primeira voz do grupo, afirma que eventos como esse são importantes para apresentar a um público heterogêneo, principalmente as crianças. Fátima lembra que na sua infância, as crianças nem ao menos podiam ver as rodas de Samba de Véio. “Na época de meu pai ele só queria que participasse do samba com as pessoas mais velhas. Eu acompanhava escondido para que ele não me visse. Se me pagasse no meio era castigo na certa”, conta.
Com 9 anos, Maria Clara fez parte da apresentação da apresentação dessa noite e deixou muitos admirados com seu desempenho. Para Maria de Fátima abrir a roda de samba para as crianças é permitir sua continuidade. “Fazemos isso por amor não queremos que se acabe” confessa.
E para encerrar as apresentações Flávio Leandro subiu ao palco cantando e recitando o Sertão Nordestino. O forrozeiro comentou sobre o futuro das apresentações populares e manifestou a alegria em estar no que afirmou ser “um dos maiores palcos popular de teatro” que já conheceu. Enquanto o forró rolava solto com uma banda super afinada em todos os sentidos, muitos casais não perdiam tempo e se aqueciam agarradinhos acompanhando os ritmos.
Por Brena Sousa, especial para Projeto Jornalismo Junino