Exposição Quilombo do Alagadiço revela laços da identidade cultural de comunidade negra de Juazeiro

. 23 novembro 2015



Quando chega novembro, uma das datas mais importantes focada nas lutas sociais  é o dia 20, em que se comemora o Dia Nacional da Consciência Negra. Vários eventos marcaram a passagem pelo país, principalmente na Bahia. Em Juazeiro, um projeto do curso de jornalismo da Universidade do Estado da Bahia (Uneb), sob coordenação da professora e diretora do DCH III, Márcia Guena dos Santos, montou a exposição Quilombo do Alagadiço.

A exposição é resultado do projeto “Perfil fotoetnográfico das populações quilombolas do submédio São Francisco: Identidades em movimento que reúne 57 imagens trabalhadas por estudantes monitores entre bolsistas e voluntários. A exposição fica aberta até o dia 30 de novembro no Centro de Cultura João Gilberto das 8h às 18h, com visitação aberta ao público.

Segundo Guena que também conduz a disciplina de Fotojornalismo, o intuito desse trabalho é dar visibilidade à luta dos moradores do Quilombo do Alagadiço, localizado a 18 quilômetros da área urbana de Juazeiro, pelo processo de certificação e reconhecimento enquanto quilombo.

“Essa foi uma das primeiras, senão a primeira, comunidade quilombola a solicitar a certificação junto à Fundação Palmares. Seus remanescentes vêm trabalhando nesse aspecto há mais de um ano. A exposição é meio que uma culminância desse esforço da comunidade. Então a proposta é divulgar a comunidade e despertar a população para questão quilombola”, diz Márcia.

Em entrevista ao Multiciência, o estudante Danilo Borges, integrante do projeto, conta que fotografar comunidades quilombolas lhe trouxe um sentimento de reconhecimento. “Essa é parte de uma população em que eu estou inserido, com a única diferença de que é uma população negra rural, e eu faço parte da urbana. Isso me fez bem, poder falar do meu povo quando muitas politicas públicas são negadas a essas comunidades” afirma o estudante.


Outro aspecto que chamou atenção do jovem foi a herança cultural e os laços de afetivos que cultivam entre si. Essa afetividade surpreendeu ainda  Raryana Gonçalves, Jornalista e voluntária no projeto.

“O que mais me chamou atenção nessa comunidade foi a simplicidade das pessoas que nunca tinham nos visto e recebiam a gente de braços abertos com um carinho enorme, abriram as portas de suas casas, nos ofereceram alimento coisas que não estamos habituados a ver na cidade", diz Raryana.

SERVIÇO:
Exposição: “Quilombo do Alagadiço"
Local: Centro de Cultura João Gilbetto
Período: Até 30 de novembro
Local: Centro de Cultura João Gilberto
H: 8h às 18h
Entrada franca