Por Taiza Felisberto
Música e pedagogia, misturada com
conscientização social e ecológica, com pitadas de diálogos no combate ao
consumo de álcool e drogas. Tudo isso ganha força quando é levado para as
ruas, escolas ou outros espaços públicos. O responsável por isso é o
cantor e compositor petrolinense Lula Nascimento que após dez anos
de estrada fazendo um formato demonstrativo, está lançando em cd o projeto
“Nossas Cantigas”, que também ganha as mídias sociais.
A ideia surgiu após um show de mesmo
nome que ele fez em espaços noturnos e passou a compartilhar em algumas escolas
públicas. O cd “Nossas Cantigas” é dividido em oito faixas em sua maioria
autorais exceto “Fazenda Santo” de Eraldo Rodrigues e “Na Moldura da Janela” de
Adilson Medeiros.
Segundo Lula, essas duas músicas
poderiam ter sido compostas por ele, pois se identificam com sua forma de
falar. Na Capa, o Rio São Francisco, a Ilha do Fogo e as cidades de Petrolina e
Juazeiro estão representados em uma tela do pintor Celestino Gomes (In
memorian) e no interior as fotos utilizadas ressaltam a riqueza da fruticultura
e as belezas naturais da região. É uma das formas de referendar suas raízes e
paixão pelo Vale.
Durante sua estadia nos Estados
Unidos, onde o músico ficou por quase dez anos, ele enviou seu trabalho,
ainda em caráter demonstrativo, para diferentes países da América do Sul,
Europa e América do Norte. Agora chegou a vez de difundi-lo em seu país.
"A proposta tem feito sucesso em
outros estados, as pessoas adquirem até mesmo como forma de presentear alguém
que se indentifica com as temáticas das canções” diz Lula. O diferencial
desse trabalho foi a proposta de lançamento escolhida pelo compositor,
que decidiu montar uma grade de apresentações para contemplar um
público diferenciado composto por estudantes, idosos e dependentes químicos.
As apresentações iniciaram no fim do
ano passado e seguem até o fim deste ano. Além de demonstrar suas obras, o
cantor levanta discursões sobre drogas, cidadania, meio ambiente e preservação
e o respeito pelo rio. “Esse é um trabalho que não tem preocupação com o tempo,
é atemporal, é contínuo” explica.
Mesmo sendo uma obra iniciada há uma
década, “Nossas cantigas” traz letras com temas atemporais como é o caso da
música “Velho Chico”, que aborda o descaso com Rio São Francisco, o que
facilita o trabalho nas escolas. “A música Velho Chico já e utilizada há anos
nas escolas como suporte de trabalhos pedagógicos e de conscientização. Isso me
deixa muito feliz”, afirma o músico.
Para Lula Nascimento que em suas
apresentações faz um passeio no cancioneiro de medalhões da MPB, seu papel
através das canções ajuda a fortalecer seus ideais "como cidadão, ser
humano e artista”.
O retorno do público tem sido
abrangente, pois houve a participação de mães, professores, e adolescentes
participando através das redes, o que de fato vem abrindo o horizonte na certeza
de que está o ajudando a trilhar o caminho por um mundo melhor.