O despertador toca
cedo. É hora de levantar e começar a rotina do dia. Atividades para
desenvolver, leituras para atualizar o conhecimento, busca de novas
metodologias. Todas essas tarefas se encaixam no cotidiano de um pesquisador,
mas essas práticas também retratam produtores rurais que dedicam parte de seu
dia para a otimização do trabalho no campo.
Esse é o perfil da professora, doutora em Geografia, Luzineide Carvalho. Membro permanente dos Programas de Pós-Graduação: Educação, Cultura e Territórios Semiáridos do Campus III da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) - Juazeiro, ela descobriu, a partir da observação do seu contexto, que era possível realizar um antigo sonho: produzir o próprio alimento, livre de produtos químicos.
E o fato que deu o pontapé para que Luzineide apostasse na agricultura orgânica foi a imersão no conceito da convivência com o Semiárido. Ela elaborou sua tese de doutorado sobre a temática e lançou o livro "Natureza, Território e Convivência", em 2014. As pesquisas fizeram a professora perceber que era preciso rever as relações com a natureza semiárida. "Eu estava inserida em espaços que desenvolviam produtos com frutas típicas da região. Foi aí que me interessei e comecei a procurar leituras que permitissem uma nova possibilidade de conhecimento", comenta.
Com o tempo, Luzineide percebeu as potencialidades que o bioma Caatinga oferece e resolveu colocar em prática o antigo desejo. A ideia inicial era atender apenas às necessidades de consumo próprio, mas a capacidade produtiva de sua chácara ultrapassou as expectativas e foi possível comercializar parte do estoque.
A proposta, então, foi criar um eco-sítio, aproveitando o máximo dos alimentos, desde a sementes até as cascas, e trabalhar na perspectiva da permacultura - que entende os aspectos sociais como parte integrante de um sistema agrícola sustentável -, da convivência com o semiárido e da educação ambiental.
"Quando a gente entende o contexto da Caatinga, respeita sua produtividade e preserva seus recursos, acabamos construindo um sistema sustentável. Os produtos são apenas uma parte dos resultados de um projeto que busca valorizar o nosso território", destaca.
No sítio, Luzineide produz frutas como acerola, goiaba, manga e umbu, que podem servir para a fabricação posterior de geleias e polpas. Esses produtos são levados para pequenas feiras, como a que acontece no VIII Workshop Nacional de Educação para Convivência com o Semiárido Brasileiro, realizado na Uneb de Juazeiro, nos dias 03 a 05 de outubro. Seguindo o viés da contextualização, os demais expositores do evento também disponibilizam outros itens, como peças do artesanato local e obras artísticas que revelam as riquezas culturais do sertão.
Esse é o perfil da professora, doutora em Geografia, Luzineide Carvalho. Membro permanente dos Programas de Pós-Graduação: Educação, Cultura e Territórios Semiáridos do Campus III da Universidade do Estado da Bahia (Uneb) - Juazeiro, ela descobriu, a partir da observação do seu contexto, que era possível realizar um antigo sonho: produzir o próprio alimento, livre de produtos químicos.
E o fato que deu o pontapé para que Luzineide apostasse na agricultura orgânica foi a imersão no conceito da convivência com o Semiárido. Ela elaborou sua tese de doutorado sobre a temática e lançou o livro "Natureza, Território e Convivência", em 2014. As pesquisas fizeram a professora perceber que era preciso rever as relações com a natureza semiárida. "Eu estava inserida em espaços que desenvolviam produtos com frutas típicas da região. Foi aí que me interessei e comecei a procurar leituras que permitissem uma nova possibilidade de conhecimento", comenta.
Com o tempo, Luzineide percebeu as potencialidades que o bioma Caatinga oferece e resolveu colocar em prática o antigo desejo. A ideia inicial era atender apenas às necessidades de consumo próprio, mas a capacidade produtiva de sua chácara ultrapassou as expectativas e foi possível comercializar parte do estoque.
A proposta, então, foi criar um eco-sítio, aproveitando o máximo dos alimentos, desde a sementes até as cascas, e trabalhar na perspectiva da permacultura - que entende os aspectos sociais como parte integrante de um sistema agrícola sustentável -, da convivência com o semiárido e da educação ambiental.
"Quando a gente entende o contexto da Caatinga, respeita sua produtividade e preserva seus recursos, acabamos construindo um sistema sustentável. Os produtos são apenas uma parte dos resultados de um projeto que busca valorizar o nosso território", destaca.
No sítio, Luzineide produz frutas como acerola, goiaba, manga e umbu, que podem servir para a fabricação posterior de geleias e polpas. Esses produtos são levados para pequenas feiras, como a que acontece no VIII Workshop Nacional de Educação para Convivência com o Semiárido Brasileiro, realizado na Uneb de Juazeiro, nos dias 03 a 05 de outubro. Seguindo o viés da contextualização, os demais expositores do evento também disponibilizam outros itens, como peças do artesanato local e obras artísticas que revelam as riquezas culturais do sertão.
Desafio de
contextualizar a educação local
De acordo com a
pesquisadora, a aplicação metodológica da temática da contextualização no
ambiente escolar ainda encontra muitas dificuldades. "É complicado porque
é um processo formativo que vai além dos muros das escolas e universidades. É
preciso despertar no aluno o fato de que ele é um sujeito pertencente àquele
espaço específico e que ele pode transformar o meio, aproveitando todas as
possibilidades disponíveis".
Ainda segundo
Luzineide, é preciso estruturar uma rede colaborativa para cuidar dessa natureza
semiárida. Para isso, se faz necessário lidar com a perspectiva de pensar
as ações e as práticas contextualizadas de convivência e produzir conhecimento
nesse processo, seja nas áreas de pesquisa, ensino ou extensão.
"O desafio é
trabalhar as teorias, fortalecer as metodologias e fazer o aluno sentir a
necessidade de colocar isso em prática no seu viver. Precisamos experimentar
mesmo, colocar a 'mão na massa'. Particularmente, me divirto com isso tudo. E,
no final das contas, posso afirmar, com certeza, que é sempre possível
estabelecer o diálogo entre academia e a contextualização, para desenvolver
todos os potenciais que o Semiárido nos oferece", completa.
TEXTO: Giúllian Rodrigues
FOTOS: Wagner Queiroz/Tárcila Felix