Artistas discutem produção musical local

Multiciência 17 dezembro 2018




Juazeiro se tornou conhecida musicalmente pelos artistas João Gilberto, um dos criadores da Bossa Nova, Ivete Sangalo e o Axé Music e cantores locais como Edésio Santos. Atualmente, surge na cidade uma cena cultural de jovens compositores que produzem músicas autorais e distribuem em plataformas digitais como o Youtube.
É o caso do coletivo Balaio Cultural que busca divulgar a multiculturalidade como forma de expressão da arte e da cultura, valorizando os artistas locais, como Paulo Soares, professor da Uneb, cantor e compositor da banda Terceira Cidade; Iago Guimarães cantor da Quatro por Dois, Fatel, poeta, compositor e cantor, além de Léo Miranda. Todos esses artistas lançaram discos autorais este ano e participam de eventos como o Balaio Autoral, que aconteceu na Semana de Ensino Pesquisa, e Extensão (SIEPEX) da Uneb, realizado em sete de dezembro.



Para Iago Guimarães, discutir sobre a música local é uma das necessidades da sociedade contemporânea, pois muitas vezes a população não está atenta ao impacto social e a forma com a qual a sociedade é representada. A música expressa e representa a cultura, tornando-se fundamental nos dias atuais para mostrar resistência. “A música está relacionada com a identidade social e espacial, ajudando ou prejudicando a comunidade”, diz Iago.
Fatel critica a produção da indústria fonográfica atual, pois muitos artistas produzem músicas apenas com interesse lucrativo e descartável, sem dar retorno à população. “Muitas vezes, as mensagens transmitidas por cantores conhecidos nacionalmente depreciam a mulher, o negro e reproduzem a cultura do machismo”, afirma o músico. Ele ressalta que a indústria cultural privilegia obras sem conteúdo seja social, cultural ou filosófico.

Uma das novidades no novo cenário musical para as bandas independentes é a possiblidade de usar as plataformas digitais para distribuição. Léo Miranda destaca que “apesar da tecnologia facilitar a divulgação dos trabalhos locais nas redes sociais, a valorização da obra está comprometida, pois tudo se torna vago no espaço cibernético dificultando reflexão e mudança necessária no campo da indústria cultural e populacional”.  Mesmo consciente das dificuldades, Paulo Soares afirma que a música popular é aberta para novas formas de criação.
Para encerrar o bate papo, o professor da Uneb, José Martins, Pinzoh, destacou a importância de reunir os artistas para relatar suas experiências, o  processo de formação de suas produções e dificuldades.


Para conhecer a produção dos artistas locais, acesse no Youtube:




Repórter:Moisés Cavalcante 
Fotos: Moisés Cavalcante