Juazeiro se tornou
conhecida musicalmente pelos artistas João Gilberto, um dos criadores da Bossa
Nova, Ivete Sangalo e o Axé Music e cantores locais como Edésio Santos.
Atualmente, surge na cidade uma cena cultural de jovens compositores que produzem
músicas autorais e distribuem em plataformas digitais como o Youtube.
É o caso do coletivo Balaio Cultural que busca
divulgar a multiculturalidade como forma de expressão da arte e da cultura, valorizando
os artistas locais, como Paulo Soares, professor da Uneb, cantor e compositor
da banda Terceira Cidade; Iago Guimarães
cantor da Quatro por Dois, Fatel, poeta,
compositor e cantor, além de Léo Miranda. Todos esses artistas lançaram discos
autorais este ano e participam de eventos como o Balaio Autoral, que aconteceu
na Semana de Ensino Pesquisa, e Extensão (SIEPEX) da Uneb, realizado em sete de
dezembro.
Para Iago
Guimarães, discutir
sobre a música local é uma das necessidades da sociedade contemporânea, pois
muitas vezes a população não está atenta ao impacto social e a forma com a qual
a sociedade é representada. A música expressa e representa a cultura, tornando-se
fundamental nos dias atuais para mostrar resistência. “A música está relacionada
com a identidade social e espacial, ajudando ou prejudicando a comunidade”, diz
Iago.
Fatel critica a produção da indústria fonográfica atual, pois muitos
artistas produzem músicas apenas com interesse lucrativo e descartável, sem dar
retorno à população. “Muitas vezes, as mensagens transmitidas por cantores conhecidos
nacionalmente depreciam a mulher, o negro e reproduzem a cultura do machismo”,
afirma o músico. Ele ressalta que a indústria cultural privilegia obras sem
conteúdo seja social, cultural ou filosófico.
Uma das novidades no novo cenário musical para as bandas independentes é
a possiblidade de usar as plataformas digitais para distribuição. Léo Miranda destaca
que “apesar da tecnologia facilitar a divulgação dos trabalhos locais nas redes
sociais, a valorização da obra está comprometida, pois tudo se torna vago no
espaço cibernético dificultando reflexão e mudança necessária no campo da
indústria cultural e populacional”. Mesmo
consciente das dificuldades, Paulo Soares afirma que a música popular é aberta
para novas formas de criação.
Para encerrar o bate papo, o professor da Uneb, José Martins, Pinzoh, destacou
a importância de reunir os artistas para relatar suas experiências, o processo de formação de suas produções e dificuldades.
Para conhecer a produção
dos artistas locais, acesse no Youtube:
Repórter:Moisés Cavalcante
Fotos: Moisés Cavalcante