Educadores e estudantes se unem em uma jornada inspiradora

Multiciência 10 novembro 2023

Através de experiências inspiradoras, é possível perceber como a luta pela transformação social molda o futuro da educação básica, fazendo toda a diferença na vida do estudante. A professora Neuracy dos Santos Balbino, da Escola Municipal Judite Leal Costa, se dedica a implementar práticas inclusivas em sua sala de aula, por meio de ações que elevam o autoconhecimento e promovem a compreensão de si mesmo e do próximo.

Neuracy dos Santos Balbino apresenta projeto na SIEPEX Jr.

Diante desse desafio, a educadora adotou abordagens pedagógicas que enfatizam a autorreflexão, o desenvolvimento emocional e a inteligência social emocional do aluno, em conjunto com a comunidade. “Cada vez mais os pais e cuidadores estão se envolvendo nas iniciativas educacionais, tomando atitudes inclusivas e ajudando a criar um ambiente de aprendizado que abraça a diversidade,” diz a professora.

Projeto trabalha habilidades socioemocionais

Ela relatou como surgiu o projeto “Habilidades socioemocionais como ponto de partida na alfabetização e letramento". "Precisei lidar com as habilidades socioemocionais e eu entendi que só teria resultado se eu conseguisse trazer a criança para mim. Quando comecei a acolher a história e a vivência de cada um, vieram muitas questões subjetivas, 'feridas', que eles não tinham para quem contar e eu acolhia. A partir dali, entendi que seria a minha prática, que eu chamo de pedagogia do amor.”

A luta por uma educação básica inclusiva está moldando o futuro da educação. Esta é uma jornada que está longe de terminar, mas a experiência compartilhada pela educadora Neuracy mostra que, cada passo, traz esperança, empoderamento e oportunidades para os alunos.

Pedagogia do Amor

A “pedagogia do amor”, como a professora costuma chamar o projeto, promove momentos de partilha entre o professor e aluno, buscando compreender as experiências e dificuldades, contribuindo para o crescimento e o acolhimento. A docente relatou a vivência da aluna cadeirante, Maria Luiza, que percebia a cadeira como algo muito limitante em sala de aula. 

Para mostrar a autonomia da criança, ela realizou uma atividade com sua aluna, convidando-a participar ativamente das brincadeiras com outros alunos. Depois de um tempo brincando com a turma, ela foi convidada a brincar de pular corda, e se sentiu preparada para realizar a atividade. Então, ela se sentou no chão, suas colegas também e, quando a corda chegava próximo a ela, ela se erguia com os braços e a corda passava. Naquele momento, a aluna não se sentiu protagonista da sua história.

Interação e partilha com estudantes universitários

Além de educar as crianças de modo criativo e lúdico, a professora promoveu momentos em que a criança se sentia personagem principal da sua narrativa. Ela mostrou um ensaio fotográfico onde registrou a celebração dos estudantes, na qual cada um se caracterizava de rei ou rainha e usava uma coroa, fazendo com que eles se sentissem especiais e amados.

Dessa forma, a professora relatou que as crianças confiavam no projeto para contar situações e histórias que não falavam para ninguém. A professora representava um porto seguro e que, a partir do acolhimento, a alfabetização se tornou menos desafiadora e mais divertida.

O projeto com alfabetização e letramento foi apresentado na Mostra de Experiências Inovadoras na Educação Básica (Siepex Jr), promovida pelo Departamento de Ciências Humanas, campus III, no dia 29 de Setembro de 2023.

Produção textual produzida de forma colaborativa por Luisa Miroró e Luan Barros, estudantes da disciplina Introdução ao Jornalismo.