Escolas desenvolvem práticas de educação empreendedora

Em meio a um cenário de transformação e crescimento no Brasil, o empreendedorismo se destaca como uma alternativa promissora para jovens que buscam independência financeira e inovação. De acordo com o relatório do Monitor Global do Empreendedorismo (GEM) 2022, realizado pelo Sebrae e pela Associação Nacional de Estudos em Empreendedorismo e Gestão de Pequenas Empresas (Anegepe), 60% dos entrevistados citaram ter uma empresa como um dos maiores desejos.

Para que isso ocorra, a implantação da educação empreendedora, desde o ensino fundamental até o ensino médio, não pode ser subestimada. Nesse contexto, o Programa Nacional de Educação Empreendedora (PNEE), do Sebrae (Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas), desempenha um papel essencial na promoção da educação empreendedora. 

 

Maria Helena Alves, especialista nas áreas de Desenvolvimento Territorial, Desenvolvimento Setorial, Planejamento Empresarial e Educação Empreendedora, enfatiza que os objetivos do programa abrangem a expansão, promoção e difusão da educação empreendedora nas instituições de ensino, bem como a inclusão de conteúdos de empreendedorismo nos currículos escolares. O programa visa, ainda, contribuir para a formação de um novo perfil de estudante, baseado em métodos criativos, linguagem apropriada e comprometimento com a realidade local.

O Projeto de Educação Empreendedora concentra-se na promoção de atitudes empreendedoras que podem se manifestar em diversas áreas, incluindo as artísticas, culturais, sociais e não apenas no contexto empresarial. “A Educação Empreendedora é aquela que ajuda o estudante a se autoconhecer e a enxergar e avaliar determinada situação, assumindo uma posição proativa frente a ela, capacitando-o a elaborar e planejar formas e estratégias de interagir com aquilo que ele passou a perceber”, explica a consultora.

Iasmym Ferreira Lima, uma estudante de 16 anos que atua como designer de sobrancelhas, compartilhou lições valiosas que adquiriu com o projeto. Para ela, saber se comunicar com diferentes públicos, criar uma boa divulgação e fidelizar clientes são habilidades essenciais. A estudante do Centro Territorial de Educação Profissional do Sertão do São Francisco (CETEP) destacou a importância de iniciar sua jornada no empreendedorismo desde a escola. “Sei que estou bem preparada para o mercado de trabalho”, comenta. 

Iasmym, 16 anos (reprodução/instagram)

A implementação da educação empreendedora nas escolas é um desafio, porém, oferece benefícios substanciais. A pedagoga Noemia Carvalho destaca o papel essencial das escolas e universidades na promoção da educação empreendedora. A educadora destaca que, além de habilidades técnicas, os alunos desenvolvem competências socioemocionais, como trabalho em equipe e liderança. Isso não apenas os prepara para o mercado de trabalho, mas também os inspira a serem agentes de mudança em suas comunidades. 

Noemia Carvalho, Pedagoga (Reprodução)

Em um cenário em que cada vez mais jovens demonstram interesse pelo empreendedorismo, a educação empreendedora emerge como a chave para preparar a próxima geração para os desafios do futuro. Apesar dos desafios relacionados à inclusão do empreendedorismo nos currículos escolares, os resultados obtidos por essa abordagem são notáveis, proporcionando aos jovens confiança, preparação e independência, capacitando-os para enfrentar as complexidades do mundo. E, como Iasmym nos lembra, o empreendedorismo é uma jornada que exige paixão e dedicação.

Por Nara Gabriela, estudante de Jornalismo em Multimeios.